Adidas pisa na bola e gera crise de imagem na Grécia

E a Adidas, hein? A marca esportiva das três listras pisou feio na bola. Ou melhor, na Acrópole, principal monumento remanescente da Grécia Antiga, em Atenas. A rapaziada organizou o lançamento de um novo tênis e usou drones, tão em moda ultimamente, para uma ação de marketing.

O problema é que os drones formaram a imagem do tal tênis exatamente acima da Acrópoles, como se estivesse pisando nela. Obviamente, o governo grego não gostou nem um pouco e tratou o caso como uma infâmia. Nas palavras da ministra da Cultura, a ação foi "equivalente a profanar o monumento".

Outra mancada

E essa não foi a única confusão que a Adidas arrumou recentemente. Em julho, a companhia teve a infeliz ideia de relançar o modelo de tênis usado nas Olimpíadas de Munique, em 1972, marcadas por um ataque terrorista desferido pelo grupo Setembro Negro, que assassinou 11 atletas e membros da delegação de Israel em plena Vila Olímpica.

Para piorar, uma das peças de campanha é estrelada pela modelo israelense Bella Hadid — de origem palestina. A gritaria foi geral e a pressão para que a Adidas se retratasse, enorme. No fim das contas, a empresa tirou a campanha do ar.

Falta de cuidado

Em ambos os casos, a turma do marketing deixou de tomar cuidados básicos como combinar com os gregos sobre os drones acima da Acrópole, com aval do governo; e checar a origem da modelo de origem palestina em uma campanha que remete a uma atrocidade cometida contra os israelenses — magoados por sinal, mas nem aí para o genocídio praticado na Faixa de Gaza, o que é outra discussão (e, talvez, tenha sido levada em questão pela Adidas, que teria pago para ver...).

Em ambos os casos, a assessoria de comunicação alertaria os colegas do marketing sobre os riscos nas duas ações, evitando que a marca saísse arranhada de bobeira.